terça-feira, 26 de março de 2013

quero lá saber, a menos que...

   não tenho o hábito de ver hoje o tempo com que acordarei amanhã. por não condicionar em nada o que farei amanhã. sempre fui assim. em casa dos meus pais, o boletim metereológico fazia parte da programação diariamente vista. grande seca. desligava o botão e sintonizava outra frequência. se chover não sais de casa à espera que passe? e se não passar? e se estiver um daqueles calores tórridos e apetecíveis, esticas a rede e instalas-te no terraço a ler os jornais do dia? ou vais para a praia em pleno janeiro? pois. pois para mim é igual ao litro. hoje é hoje e amanhã é outro dia e logo se verá. vejo é há muitos dias uma monotonia no céu que me começa a irritar. é o termo. porque a condicionar-me ao ponto de ter espreitado várias vezes o telemóvel e saber assim com que linhas se cosem os meus próximos cinco céus. e o quadro é o mesmo e o céu está lá, cinzento escuro, carregado de nuvens que prenhes se largam em águas que eu sei que cairão na minha cabeça, desorientando o meu cabelo, que encolhe, enrolado aos seus originais caracóis. e disto, posso dizer, não gosto nada. 

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