sábado, 19 de abril de 2014

muito a sul.


     este país que subo e desço perde-me de amores a cada pedaço a que se me expõe. uma e outra vez recobre-me o deslumbramento e deixa-me por dias pendurada nas memórias que dele trago. este país que é do mundo porque seria egoísmo dizê-lo só meu. este país abraçado pelo mar e empurrado para uma Europa velha e necessitada de renovação é a unha que lhe falta à beleza plena. este país que nunca me defrauda a vista está aqui para que eu o tome e me entregue à sua inesgotável sensualidade.  























sábado, 5 de abril de 2014

não levo jeito para datas.

tenho uma excelente memória fotográfica. a mais fácil, bem sei. só me recordo das datas coincidentes com momentos, quase sempre preenchidos por pessoas. 

cinco de abril:

1. porque poderia ter um "vinte e" antes.
2. porque há vinte anos passava nas arcadas de minha casa e o meu amigo me disse que o Kurt Cobain tinha morrido. 
3. porque oito anos depois casava neste dia. 
4. porque dez anos depois tinha a minha filha no dia seguinte a este. 

porque choveu sempre.

                                  nunca parei de ouvir Nirvana. esta é a minha preferida.
                                          ainda a dancei um destes dias no Roterdão. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

inspirar cada momento.

     todos dizem e vão escrevendo que têm saudades do verão. a conversa típica que encontra o mesmo assunto no elevador da vizinhança transbordou as portas desse elevador. avançou para tudo quanto é linha de desabafo das ondas instacoiso facecoiso e até blogcoiso. eu mesma escrevo agora sobre esta náusea de assunto que me quebra a vontade, deixando-me frouxa e de sorriso amarelo, falsa no assentimento.

    e depois, quando esse verão vier vão dizer que terão tantas saudades do verão, no inverno. nesse inverno tornarão a dizer, como agora que é primavera, que têm saudades do verão. 

     e até lá? hiberna-se? ok. lamenta-se.