quinta-feira, 16 de março de 2017



     abracei-te Veneza, tão cedo, tão nova e tão cheia de planos.

     sonhei abraçar-te muitas vezes, tantas que à sorte de querer apontar cada uma delas me perderia decerto nessa contagem como me perdi, orgulhosamente embriagada de tanta beleza, nas ruas e nos canais que ávida de paixão penetrei.

     abracei-te solteira, Veneza, abracei-te casada, abraçar-te-ei em qualquer estado civil que me conheça. abraçar-te-ei, sei mesmo, já morta, morta de vida pelas saudades definhadoras do meu corpo rasgado à falta do ar que o grito que me sai em cada sonho, sabe que te chamo noite dentro, questionando-me lavada em águas turvas pela escuridão negra da noite na aflição de pensamento se não te terei perdido para sempre quando te abandonei, deixando para trás daquele riva boat, todo o amor que encontrei no teu corpo em forma de ilha.

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