quarta-feira, 21 de novembro de 2012

   nunca houvera, desde aquele aniversário, quem o olhasse à sua passagem. questionou muitas vezes da razão. nunca houvera quem lhe  sussurrasse essa explicação. nem um murmúrio. nem um vento de voz sem som. inaudível.
   uma expressão de vida que se desfez quando completou vinte e três anos e se fechou ao mundo porque o mundo o apagou dos números, empurrando-o para lá da linha, largando-o num vazio de espaço, carregado de sinais trocados, justaposicionados, cruzados. uma confusão.
   sabe que há um antes e um depois mas nunca houvera quem, com tempo, lhe mostrasse a razão da distância de duas vidas que habitaram naquela pessoa que era ele, abandonado à mais difícil das duas, à mais dolorosa das duas, à mais solitária das duas.
   é apenas tudo quanto sabe.

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