sábado, 29 de agosto de 2015

provações

    ainda agora cheguei das férias. das verdadeiras. daquelas pelas quais espero desde que me lembro de esperar pelo mesmo tempo, igual cadência de cheiros e sensações. as do sal do mar. as outras não serão menos do que estas de onde cheguei. não deixam de ser, essas outras, apenas apontamentos leves de fuga à rotina que me deixam quase sempre mais cansada do que que quando me entreguei a elas, embora sejam as minhas preferidas, por me renovarem genuinamente o interior tornado-me maior.

    ainda agora cheguei das férias grandes que hoje, nesta idade adulta e de responsabilidade, duram intermináveis quinze dias. de descanso, de ócio puro, de desformatação cerebral, do modo suave que exprime o ideal dos preguiçosos - dolce fare niente. 

     ainda agora as terminei e já só penso naqueles outros cinco dias que me dispensei em junho para descobrir a rota marroquina de Marraquexe ao deserto, às dunas de Erg Chebbi, subindo e descendo o Alto Atlas. nessas outras férias onde me sinto bem porque plena, em contínua agitação interior e exterior, em ebulição ou no exato ponto de rebuçado. 

     ninguém duvida que parte do meu coração está em solo marroquino e que os meus sonhos inalcansáveis se reportam para aqueles ares, num outro tempo talvez. muitas vezes pergunto-me se haverá uma razão, desprezando suposições e hipóteses que se vão adiantando.

   esta viagem foi muito bem preparada para nós, sete amigos que ficámos mais amigos ainda, pela Maria João Pavão Serra que, à medida, coseu os nossos cinco dias de forma irrepreensível. 

   

































  


  

  

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