domingo, 14 de setembro de 2014

curvar a espera.

     é preciso que se me vejam cravadas as rugas no meu rosto para que te aproximes e, finalmente, tragas a canção que levaste e, por isso, esqueci desde que te levantaste em voo paro o lado de lá do oceano. talvez seja mesmo preciso que me faça velha para que caias aos meus pés arrependido do profundo silêncio sempre que te pedi a devolução dos livros que tiraste da minha estante a pretexto de uns dias de férias na serra com os teus pais. razão tenho eu em desconfiar que será mesmo necessário  sentires os nós dos dedos das minhas mãos secas e tortas, salpicadas de pintas castanhas que ainda não tenho para que tudo aconteça como programei. 

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