quinta-feira, 26 de setembro de 2013

justamente

     a quebra do verão atrasou-se dois dias e chegou hoje em chuvinha desorientada. eu gosto da cidade no inverno, quando me recolho agasalhada nas casas que me aconchegam. os melhores brunch de sempre, os sábados e domingos de corrida na mata do choupal quase só para mim. os museus revisitados. as idas à baixa escura e melancólica onde me perco como se a cidade me fosse nova. os jantares encharcados e o bronze perdido à renovação da pele fresca e debotada e o meu cabelo no ar, à laia da humidade esquecida. outras rotinas. outras folias. e alguém que vai chegar e faz, assim, alargar a família. 









     





o melhor brunch de sempre aqui

3 comentários:

Anônimo disse...

havia quem, perdendo-se pelas sempre renovadas surpresas da cidade - só pela cidade se pode ter pensamentos que noutras paragens não têm lugar próprio -, havia quem com essas rotas pensasse que um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. é certo que ambos existem; cada um como é. mas confesso ser nostálgico dos dias de sol, luminosos, que ficam para trás, quando o Inverno vai bem entrado e não parece ter hesitações, nem olhares por sobre o ombro para meses que não quer recuperar. Mas como toda a gente que é gente, sou contraditório. gosto de me deixar ir por aí, quando as ruas estão mais vazias e as praias se despiram de gente. A vida também se faz quando o frio se retrai ao sentir a roupa quente e apenas se anuncia ao tocar na pele da cara. e por vezes a chuva espalha-se sobre a janela.

a paixão de anna disse...

entendo o guardador de rebanhos, auto - intitulado como único poeta da natureza, e a capacidade de descobrir igual beleza em dois dias tão distintos. pauto a minha vida por aí e tenho a certeza que é por isso que tudo me preenche, cada segundo do que vivo, seja em que circunstância metereológica :)) me encontre. claro que nos fazem falta os dias solarengos de janelas abertas a deixar entrar alguma brisa. claro que sim! (reconheço-lhe a escrita?)
abraço,

Anônimo disse...

Não creio que seja famoso, para que a minha escrita seja identificável. Sempre lhe digo que é uma injustiça plena, mas a realidade não se rege pelo que o meu espírito tem a liberdade de pensar. Acho mal.
abraço, agora que a chuva regressou