terça-feira, 27 de novembro de 2012

SETE

   estou numa fase em que assumo de coração aberto que precisava de um ano sabático, de repouso, de procura e de encontro, para voltar  ao ponto em que estou, apenas mais liberta, regenerada e limpa.

   um detox.

   esta necessidade de pausa após intensa atividade apressada  e rotineira, já aparece referida no Alcorão e na Bíblia e, segundo parece, duraria um ano e deveria ser repetida a cada sete, para que a terra se regenerasse, recuperando o vigor e, consequentemente, gerar melhor produtividade.

   pois os meus sete anos chegaram em setembro. há sete anos que faço diariamente duzentos kilómetros (vá, cento e oitenta que entretanto construíram mais um troço a meu pedido). há sete anos que, no meu trabalho, gasto as solas dos sapatos por entre as mesmas divisões, todos os dias. há esses mesmos sete anos que quando chega aquela hora só me apetece comprar um helicóptero (não importa a cor) e voar para casa.

   entendo perfeitamente a secura da terra ao fim de sete anos a mostrar com quantos ciclos se apresenta a melhor alface do universo mas dois mil quatrocentos e noventa e dois dias depois: "agora deixem-me lá aqui curtir o meu ano sabático que  depois a gente vê-se!"

   não há dúvida que eu estou como a terra.

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