terça-feira, 6 de novembro de 2012

as leis e os quatro magníficos

     senti ontem o primeiro frio de inverno que chega quando o nariz denuncia um certo desconforto à abertura da porta da rua. às sete da manhã experimento o tempo na varanda de minha casa que dá para um raro pedaço de mata. oiço o chilrear dos passarinhos, inspiro fundo e é o meu nariz que, qual "nez" da alta perfumaria francesa, adivinha a temperatura.
     ontem soube, assim, e desde cedo que se iniciaria esta semana o ciclo da estação menos estimada do ano.
      por esta altura, mas há um ano atrás, estávamos nós, os quatro amigos de faculdade e que se ficaram para toda uma vida, a colar este mesmo friozinho à pele, no mapa alentejano, num fim-de-semana que passou a correr ou soubéssemos nós aproveitá-lo convenientemente. a sensação é essa. soube-me a pouco sabendo ainda por cima que este ano até podemos repetir o aconchego mas apenas três, já que uma voou para o lado de lá do mundo.
     lembrei-me ontem de nós, assim que saindo da cozinha para a varanda, a frescura da manhã me abriu as narinas como se a boca acabasse de chupar um daqueles rebuçados fisherman's friend. tudo ficou claro. tudo ficou limpo. estás com saudaditas! ai estás, estás.
      hoje vim rever as fotografias que tirámos e sorrir a cada gargalhada que ainda oiço e que demos como dávamos, tolos e apaixonados uns pelos outros, convencidos que nada mais havia para além daquela quadratura.
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