andar muito a pé, noutras rotas da mesma cidade. só rua, ar respirado pelas gentes que a fazem. outras vias, outras gentes. outras línguas. outras culturas. reunidas, apinhadas, largadas, abraçadas. a cidade também são as bordas da baixa, do chiado, de alfama e do castelo. esta cidade é tanto que precisamos de uma vida para lhe dar a mão e só a largar na morte.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
terça-feira, 15 de janeiro de 2013
para sempre te ficará.
durante a minha infância tive sempre como certo que:
- jamais conseguiria cortar queijo de bola sem decepar um ou dois dedos e
- nunca alcançaria a proeza de nadar crawl.
tudo o resto estava ali, à mão, à espera que eu me decidisse por começar. tudo o resto era possível.
mais tarde, entre a idade da inocência e a da adolescência reduzi os dois pontos a um para lhe acrescentar de seguida outro. passei a saber que:
- nunca alcançaria a proeza de nadar crawl e
- nem com treino intensivo e uma vida pela frente, em cima de uma tábua de skate ninguém me apanhava mais do que dois segundos.
a culpa não morre solteira e se num caso ela é minha, ponto final e acabou, noutro há um rapazote de quem nem a custo me lembro do rosto mas que ainda hoje oiço numa ladainha irritante e enquanto me tentava equilibrar na tábua: "vais partir os cornos. vais partir os cornos. vais partir os cornos."
domingo, 6 de janeiro de 2013
improvisos que parecem planeados
um passeio na manhã de sábado pela baixa. o sol que por entre as ruas estreitas ainda conseguia espreitar aqueceu-me. a música que fui ouvindo sem quebras, viva e ao vivo, lançada por quem tocava e cantava as janeiras, por quem de viola em braços soltava notas animadas, por quem se lembrou de aproveitar e praticar fora do conservatório o que aprende nas suas salas de aula. música a embalar a baixa da cidade de Coimbra, elevando-lhe a alma, como que espevitando-a, dizendo-lhe que ela é a história da cidade e que por isso jamais morrerá.
a baixa, ontem de manhã, nesse passeio que nela fiz, devolveu-me a vontade de aproveitar a luz que adivinhava um dia perfeito, cheio de sol e temperatura a condizer e abrir a toalha de quadrados branca e vermelha, esticá-la, aproveitando toda a sua geometria pousando nela canapés, sandes de salmão e atum, vinho tinto, sumo e fruta. sem doces, desta vez.
o nosso primeiro pic-nic de 2013, muito tempo antes da época deles, aconteceu assim, de improviso porque apesar de um centro histórico a que muitos viraram costas, é nele que as minhas manhãs de sábado se iluminam, dando-me ideias, oferecendo-me para a tarde e o dia seguinte novos programas. 

sábado, 5 de janeiro de 2013
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