sabia que este natal retornaria, após três épocas de hibernação forçada, ao verde do pinheiro, farfalhudo, de bonito porte nos seus quase três metros de elevação. estava guardado, bem escondido, por entre outros de diversas cores que descansam num canto da garagem.
uns dias antes do primeiro de dezembro de ontem, o meu irmão pediu-me emprestado um dos que lá jazem, sem quaisquer exigências de beleza. que sim, que tinha vários, que havia somente um reservado, enorme e imponente, preparado para a época, ansioso pela reentrada em cena. que viesse, então, buscar todos menos esse.
foi um engano de destra armada em esquerdina a entregar, em mãos, o pinheiro marinado e, naturalmente errado. lá se foi, assim, a tela nua da minha imaginação!
com tamanha surpresa e alguma decepção revolvi o canto da garagem em poucos minutos e apanhei o pinheiro branco, aquele dos pólos que fez os últimos dois natais cá de casa. escolhi-lhe os enfeites, por entre novos, velhos, pequenos e graúdos e fitas compradas à pressa, fazendo a mais bonita árvore de natal dos últimos anos que não conteve o suspiro dos miúdos quando a encontraram já montada, a faltar-lhe apenas a estrela cimeira, obra deles.
quando sexta - feira apresentei aqui o pinheiro do pólo norte num natal mediterrânico do ano de dois mil e onze sabia que sábado não seria assim. haveria um antes e um depois. um frio branco e um calor verde. um texto a acompanhar essa mudança. a passar o testemunho.
enganei-me. só que esse engano trocou-me as voltas e restaurou-me a felicidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário